Julho de 2017: Fim-de-Semana Especial no CET Pendê Ling e Sintra
Chöd Adventures e Ritual de Limpeza de Don Yod Shagpa: Prática pelos Mortos
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Doações
Meditação
Meditação
Todos procuramos paz e felicidade, mas onde encontrá-la? É exactamente aquilo de que carecemos. Na vida actual, grande parte de nós, vivemos rodeados de um nível sem precedentes, de conforto e facilidades materiais, todavia este sofisticado exterior, é frequentemente uma máscara frente a sentimentos de insatisfação, depressão e ansiedade. Às vezes, parece que quanto mais “desenvolvimento” material vemos no mundo, menos satisfação e contentamento é usufruído pelos indivíduos.
Procuramos avidamente a satisfação e harmonia, da qual parecemos carecer, para muito frequentemente encontrarmos apenas agitação, irritação e desiquilibrio; e quando afligidos por estas emoções perturbadoras, vulgarmente, as direccionamos aos outros, mesmo aos nossos ente-queridos, afectando-os. Essa é a atmosfera à volta de alguém afectado por tais estados mentais.
Claro que todos nós, sem excepção, almejamos viver em paz e harmonia partilhando-a com aqueles que nos rodeiam. Aspiramos a relações pessoais, familiares, profissionais e/ou sociais funcionais e boas. Mas, como encontrar essa tranquilidade? Como vivênciá-la e difundi-la à nossa volta?
A Meditação Shamata e Vipassana é a descoberta da verdadeira felicidade que existe dentro de nós. É o encontrar preenchimento que tão frequentemente buscamos fora de nós, quando essa é a nossa natureza fundamental. Infelizmente, estamos tão familiarizados com a incansável procura de felicidade no sucesso externo, que vulgarmente não sabemos ter acesso a este tesouro interno.
E apesar de todos, sem excepção, termos no nosso interior este manancial de felicidade que não depende de circunstancias externas, não sabemos como descobri-lo; e ler ou conversar sobre esta fonte interna de felicidade e satisfação não é o suficiente. Necessitamos de métodos práticos que desvelem a nossa verdadeira natureza e nos permitam ir além das condicionantes culturais, sociais e até religiosas que continuamente nos afirmam que somos incompletos, insuficiente e limitados.
Podemos mudar as disposições mentais e erradicar tendências habituais, através da Meditação Shamata e Vipassana. Reconhecendo estados naturais da mente, de tranquilidade lúcida e sabedoria; dissolvendo aquilo que perturba a mente, para que esta manifeste a sua pureza original. Deste modo, mudando a experiência da mente, alteramos a nossa expressão verbal e corporal. Uma vez conseguida, a vivência da mente, fala e corpo no estado de paz e tranquilidade, podemos alcançar a meta última da prática, Libertação e Realização Plena para o beneficio de todos.
A Meditação Shamata e Vipassana correcta pode ser praticada por qualquer pessoa; todos enfrentamos igualmente o problema do sofrimento, é uma maleita universal. Logo, o medicamento deve servir para todos.
Quando sofremos devido às emoções aflitivas, estas, as emoções em si, não são nem orientais, nem ocidentais. O sofrimento oriundo das mesmas não têm religião, credo ou partidarismo. O sentimento básico de raiva, por exemplo, ou agressividade não têm religião; não há raiva Budista, raiva Islâmica, Cristã ou Hindu. Raiva e agressividade são simplesmente raiva e agressividade. O sofrimento advindo para o próprio e para os outros, a experiência de dor e instabilidade, também são universais e para além de rótulos. Assim, também a solução deve ser universal. Além das crenças.
Da mesma maneira que o sofrimento não depende de crenças, ou da ausência da mesmas, a solução também não passa por estas.
A Meditação Shamata e Vipassana é o tal método. Ninguém, com bom senso, terá nada a objectar contra o conhecer a sua verdadeira natureza, pacifica e harmoniosa. Ninguém objectará a erradicação das causas do sofrimento e a experiência de uma mente livre de negatividade. Ninguém terá nada contra um caminho de beneficio para todos os seres. Podemos dizer que este é o Caminho Universal.
O que é afinal a Meditação?
A Meditação é a arte da presença ou atenção tranquila (Shamata) e entendimento (Vipassana). Que pode ser utilizada como um método prático para dissolver padrões emocionais destrutivos, desenvolver qualidades positivas como sabedoria e compaixão e desvelar a natureza fundamental da mente, da consciência pura.
Há duas formas principais da meditação: presença (Shamata) e discernimento (Vipassana). A Meditação Shamata é usada para descobrir a calma natural da mente e melhorar a estabilidade. Não nos afastando, ou fugindo, das nossas vidas a Meditação Shamata permite-nos experimentar o presente mais plenamente, utilizando o que pensamos, sentimos e vivênciamos como um modo de descobrir uma sensação estável de paz e serenidade que não é dependente de condições exteriores.
Algumas formas de Shamata implicam concentrar ou contar a respiração, manter a atenção num objecto visual ou repetir sons sagrados. A presença pode também ser cultivada, enfocando a mente nos próprios pensamentos, emoções ou até repousando naturalmente num estado de presença aberta, sem se concentrar de todo em algo interno ou externo. Todas essas técnicas têm o intuito de aumentarem a capacidade do meditador em estabilizar a mente conscientemente num dado objecto.
A Meditação Vipassana, ou entendimento, dissolve as nossas próprias ideias ilusórias, os padrões que adoptamos e que são a causa do sofrimento, levando ao desabrochar e florescer da sabedoria inata. Uma vez que estabilizamos a mente na Meditação Shamata, a atenção pode então ser dirigida ao funcionamento da mente e do mundo natural. Esta observação experimental, Meditação Vipassana, permite-nos ver como é que os pensamentos e as emoções criam e moldam a percepção, bem como é que as nossas ideias equivocadas, criam o sofrimento; descobrindo assim, a nossa natureza de base, por si fundamentalmente boa e pura. Em consequência da Meditação Vipassana, seremos capazes de ver coisas tal como são, realmente e não através da distorção criada por ideias preconcebidas e conceitos. Este discernimento na natureza da realidade, desenraíza as causas do sofrimento e permite-nos vivênciar a nossa própria bondade original.